Muito se tem falado dos Beatles ultimamente, a respeito da reedição integral da sua discografia agora remasterizada, o que não sei exactamente o que quer dizer mas não deve ser mau até porque nos leva a falar mais, dos Beatles.
E quando se fala nos Beatles, utilizam-se invariavelmente as palavras talento e génio, coisa que eu percebo e concordo mas também invariavelmente parecem esquecer-se de um aspecto importante, senão fulcral, para percebermos a origem da inspiração. Esquecem-se de mencionar a transpiração, é que estes rapazes trabalharam imenso.
Vamos a números. Os Beatles tiveram uma curta carreira discográfica de apenas sete anos. O primeiro disco data de 1963 e o último de 1970. Sete anos de uma produção discográfica confusa, mas onde se consegue contabilizar 13 álbuns de originais. O que dá a bonita média de, bem, é fazer as contas...
Se no inicio eram uma competente máquina de fazer músicas, mas que não acrescentava nada de novo ao que se fazia na altura, depois, descontentes com os (des)concertos, fecharam-se em estúdio e como crianças num quarto de brinquedos, foram experimentando coisas (musicais e não só) enquanto os discos saiam em catadupa. Desta fase fica a ideia que qualquer som pronunciado naquele ambiente transformava-se em música.
Depois, chateados com algo foram passar uma temporada à Índia, para alinhar as chacras e assim. E o que trouxeram de lá? Chá? Especiarias? Droga? Decerto também, mas principalmente trouxeram canções. Dezenas delas. Suficientes para encher, não um, mas dois discos, aquele magnífico álbum forrado a branco.
E assim foi até ao final da carreira. Sempre produtivos. Mesmo de candeias às avessas, continuaram a lançar discos.
Parece que aquela coisa que cantavam no inicio - It’s been a hard day’s night and I’ve been working like a dog - era a sério.
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